Black Market Notes
21.11.12
20.10.12
16.10.12
Prokaryotes
Every time I look back, I realized that I was in fact happy
once. I think it’s more than accurate to say that ignorance is bliss; it is
actually the very bearable lightness of being. Knowledge won’t free your mind,
for nothing’s as purer as a child’s vision of the world and its surroundings;
and nobody’s born taught.
I think I was happy once. God, it was so long ago. I’m not
even sure it was me, not positively sure it was in this lifetime. But I guess I
didn’t know much about life in general and human beings in particular. I
thought people were good; they all deserved a second chance. I thought love was
simple and nice. I thought dreams came true. I thought I would get things if I
were good.
Growing pains never really stop hurting. You just start
learning how to deal with the pain and it starts to be a daily guest in your
body, mind and soul. I guess I was happy once, but I’m glad I’m not that person
any more; at least I know where to fall now. For better and worse, I evolved.
And now, now I’m not scared at all.
6.9.12
Lonerism
Pressionar o
play.
Começamos
baixinho, mas bem no alto. uma entrada em força, como quem nos sussurra e nos
chama, em tom desafiante, para a viagem que se aproxima. O psicadelismo do
início da primeira faixa, e do álbum em si, tem a sonoridade captativa do
cantar das sereias, seduzindo-nos e amarrando-nos de forma irresistível. É
impossível não ficar. E será que vamos continuar tão above?
Afinal, é isso
que distingue as grandes bandas de grupos instantâneos, qual puré de batatas.
“Endors Toi”. A
única coisa que têm de instantâneo é, de facto, ser uma faixa favorita
imediata. E faz o nome da faixa anterior parecer tão pequeno, já que esta nos
faz transportar a planos ainda mais acima. O contraste da bateria atrás que faz
o coração saltar do peito e a voz que o coloca delicadamente de novo entre as
costelas, a distorção e a guitarra final. Quero ouvir outra vez. Eu tenho de
ouvir outra vez! E ainda só vamos na segunda faixa.
Entramos agora
numa certa melancolia, entre sonhos desfeitos; o som do piano não permite que
seja de outra maneira. Mas eis que voltamos a casa, com uma música que tem
tanto de acolhedora como de nos fazer querer saltar e dançar porta fora –
talvez para o jardim, ao som de um álbum com mais cores que a sua capa. E é
aqui que entramos no lado mais obscuro do disco, com “Why Won’t They Talk To
Me?”, “Feels Like We Only Go Backwards” e “Keep On Lying”. Afundarmo-nos neste
sopro é, de certa forma, navegarmos em nós próprios, desde o momento acústico
da primeira até às vozes de fundo (brilhantemente situadas) da última. Ainda
sobre esta faixa, importa salientar que a partir do minuto 4:19 tudo muda,
preparando-nos para o que se avizinha – aqui nada para, só o tempo. Como é que
tudo isto coube num só álbum?
Ainda no jardim,
ficando a ver elefantes nas nuvens, levantamo-nos pesadamente e balançamos o
espírito ao som do psicadelismo atravessando a selva. A primeira faixa que
ouvimos isoladamente há algum tempo encaixa tão bem aqui que parece nunca ter
feito sentido anteriormente. Um fim cortante que nos deixa a querer mais. E aí
vem.
Sem conseguir
relaxar – este álbum já corre pelo corpo – “Nothing That Has Happened So Far
Has Been Anything We Could Control” deixa-nos entrar num filme que parece feito
para nós, ou mesmo por nós. A fatalidade incontrolável (e incontornável) da
vida aqui retratada com uma bateria que não dá descanso, que nos marca, nos
atira, nos pisa e empurra. A experiência sensorial parece só agora ter
começado; e já se ouve a última faixa a iniciar.
“Sun’s Coming
Up”, ainda que adivinhando um novo dia, um novo início, leva-nos para o fim e
traz o peso da despedida. E porque é que a bateria parou agora? Precisava que
me levantasse de novo. E é aos 2:42 que o sol se levanta e, fatidicamente,
viajamos de novo para a primeira faixa. Só mais uma vez.
Não esperem por
outubro, 3 anos na prisão valem bem a pena. E ouvi dizer que deixam levar o
mp3.
12.7.12
thesoundofsilence
Não consigo. Não consigo. Não consigo falar de ti, dói só de
pensar. Não sei escrever de ti, é como se os dedos me fugissem entre as
palavras que ficaram por dizer e todas as outras que fingi nunca serem
necessárias. Não consigo. O tempo passa, os dias correm, eu fico, e ficas tu, e
a lembrança de ti, e de nós, e do que fomos, e do que eu era… o que eu era
contigo. Não consigo. Eu tento, mas a garganta fecha-se. e os olhos não
descansam, enquanto te procuro sabendo que não te vou ver. Nunca mais. Não
consigo. Eu nem sequer quero! Volta. Fica. Porque é que me fizeste isto?
Nada faz sentido. Todas as respostas levaste-as na corrente
do rio que te matou. Eu não consigo. E ninguém compreende. Eu não te quero
deixar morrer. Eu quero saltar, cair e acabar. Porque é que não me levaste?
Quero gritar, bater, rasgar. Mas nao consigo sair. Ninguém à
minha volta sabe o que é andar perdida dentro do meu próprio corpo. Nunca estou
onde me encontro. E tu, tu estás sempre aqui. Foste embora e deixaste esta tua presença comigo, que se me agarra, que me prende ao chão, que não me move nem deixa
mover e me faz andar às voltas perdendo a noção de que o tempo passa e tu ainda
estás longe. Foste embora sem dizer adeus, caíste, nem sei se gritaste, bateste
e não voltaste. E eu, eu assim não consigo.
5.6.12
First I blamed it on the other friends we had. The ones you liked and I hated, the ones I couldn't stand but always seem to be hovering. Then I thought it was because of the guys we screwed, or kind of got serious with, or tried to date or pretended not to care about but secretly loved. Then it was Rome, and the experience of your life taking you away from me. And afterwards it came Istanbul, and my turn to try to make it out there without you. Never thought I could. I don't think up to this day I actually did.
Sometimes, when it wasn't any of this, one could say it was the money. Never enough to go out, to meet you somewhere, to travel half the country to see you.
The worst thing about it all is my own self-indulged blindness. More naive than religion or political ideology; I actually believed this conspicuous fabrication of my twisted mind.
It was never the money. And distance has no business intruding here. And I can't blame it on the guys we drove away while sabotaging our rare chances to be like normal people having normal relationships. The only thing coming in the way of you and me was no more than myself. I was the only true enemy to what we had. I alienated you, as my masterpiece; I tried it out on everyone else first, and saved the one I loved the most for last.
I find comfort - or quite the opposite - in knowing you're better off with me hiding away. You look fairly ordinary, you've got yourself a boyfriend, you're on your second Bachelor's degree already, you have your own house, a group of friends you're always with, and you're an amusing guest in all the cool kids' events. Congratulations, you made it to the other side. The one we always looked from afar and criticized harshly while living in our own self-made world. You look happier now though. Not a bit more authentic, but at least you've got yourself a constant smile. Isn't that just everything you dreamed of?
I am not myself
We were born one, uno. Then someone on Earth (probably a man) decided to break us, separating us from what we were and expelling us to two different parts leaving us to life. And we lived; we became these two living-breathing-walking-talking-beings who do not really know what they are, because the darkness of the world made us blind to what we were, like diving into an induced amnesia by the surrounding ugliness. And we lived; euphorically, between extreme good and bad, great and awful, for the balance was lost with birth. But as one, uno, we pursued the same dreams and followed the same path constructed differently until we found each other. This 'other' that was once the 'same'. And we found that we could regain what was once lost, even inhabiting two different bodies; physical never meant much to us anyways, for this world never seemed ours. Hence we started our quest against everyone else, closing us to the outter space where we lived just for personal amusement. And wherever we went, we knew where we belonged to. Somehow the brutal horror of the Earth started to break us apart from within, and our clashing living-breathing-walking-talking-beings became self-destructive, and that was something more that we could ever take; because even though we could fight the physical break-up of the uno, we had never known what it was to be really broken. And that was what being without each other, the 'other' that became then 'stranger', meant. It meant being broken, from within, without our part, deprived from our real being, body, shape, substance, essence. Deprived from us. The 'us' that was once a single 'I'.
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