12.7.12

thesoundofsilence


Não consigo. Não consigo. Não consigo falar de ti, dói só de pensar. Não sei escrever de ti, é como se os dedos me fugissem entre as palavras que ficaram por dizer e todas as outras que fingi nunca serem necessárias. Não consigo. O tempo passa, os dias correm, eu fico, e ficas tu, e a lembrança de ti, e de nós, e do que fomos, e do que eu era… o que eu era contigo. Não consigo. Eu tento, mas a garganta fecha-se. e os olhos não descansam, enquanto te procuro sabendo que não te vou ver. Nunca mais. Não consigo. Eu nem sequer quero! Volta. Fica. Porque é que me fizeste isto?
Nada faz sentido. Todas as respostas levaste-as na corrente do rio que te matou. Eu não consigo. E ninguém compreende. Eu não te quero deixar morrer. Eu quero saltar, cair e acabar. Porque é que não me levaste?
Quero gritar, bater, rasgar. Mas nao consigo sair. Ninguém à minha volta sabe o que é andar perdida dentro do meu próprio corpo. Nunca estou onde me encontro. E tu, tu estás sempre aqui. Foste embora e deixaste esta tua presença comigo, que se me agarra, que me prende ao chão, que não me move nem deixa mover e me faz andar às voltas perdendo a noção de que o tempo passa e tu ainda estás longe. Foste embora sem dizer adeus, caíste, nem sei se gritaste, bateste e não voltaste. E eu, eu assim não consigo.